publicado em 27/11/2020
Melhores condições de negociação, preços competitivos e garantias estendidas são alguns dos benefícios obtidos ao se formar uma cooperativa de compras. Por entender as vantagens da iniciativa, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção escolheu o tema ‘Cooperativas de compra e importação’ para o primeiro painel do ‘Quintas da CBIC’ desta semana (26/11), dentro da programação do 92º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), a ser realizado online em 2 e 3 de dezembro.
A Cooperativa da Construção Civil (Coopercon-BR), tem se tornado uma grande aliada para empresas do setor retomarem o crescimento econômico. Marcos Lago, presidente da entidade, destacou que o principal objetivo é permitir que um número elevado de construtoras se una em torno da compra para possibilitar que obtenham melhores preços e demais condições comerciais, mas para isso é preciso que o setor esteja unido. “A Coopercon representa, dentro e fora do país, as empresas do setor da construção por meio do associativismo. Hoje, as cooperativas são a moeda do futuro do comércio nacional e internacional”, afirmou.
Para Lago, outro grande mote da cooperativa em 2021 será a importação de insumos, que precisa de um bom planejamento e parceria com a CBIC para torná-la viável. “Antes, a cadeia produtiva não entendia a necessidade de importar insumos, mas agora percebemos a urgência de se importar alguns produtos. Assim, conseguimos uma uniformidade de preços para quem está na ponta obter esse valor competitivo. Juntos somos mais fortes e essa parceria com a CBIC vai nos tornar ainda mais fortes abrindo um grande leque institucional e comercial”, reforçou.
O presidente da CBIC, José Carlos Martins, mediou o painel e informou que a entidade já está trabalhando em parceria com as cooperativas, incentivando as empresas do setor a se organizarem para compras e importações conjuntas, barateando os custos. “Com o desabastecimento dos materiais de construção veio a forte necessidade de termos canais de interlocução internacional, que é o que temos feito. É importante também que o setor opere tanto na demanda como na oferta”, avaliou o presidente da CBIC.
A crise da pandemia da Covid-19 encareceu e reduziu temporariamente a oferta de insumos na construção civil, mas de acordo com Dionyzio Klavdianos, presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Distrito Federal (Sinduscom-DF) e da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da CBIC, os efeitos foram minimizados naqueles estados que já possuíam uma cooperativa de compra formada.
“Nos casos das cidades que tinham a estrutura da cooperativa organizada, os grandes fornecedores já os enxergavam como um canal de interlocução e sendo assim conseguiram que os aumentos fossem prorrogados, algumas condições especiais e preços menores. Nossos cooperados tiveram condição diferenciada com os parceiros ao serem atendidos com prioridade nesse momento de crise”, disse.
Trazendo uma experiência internacional sobre importação, Antonio Carlos Rosset, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Rússia com mais de 25 anos de experiência em trading companies, apresentou um panorama de sua atuação na área. Segundo Rosset, o Brasil não deve apenas depender do mercado doméstico e precisa importar mais. “A competitividade vai acontecer quando houver a possibilidade de importar muito insumo de fora, o que vai baratear as obras com produtos de qualidade, além de forçar que os produtos nacionais sigam esse padrão de qualidade”.
Rosset afirmou que fora do país existe muito crédito que pode ser acessado pelas empresas brasileiras. “É importante ficar atento ao que está acontecendo fora do Brasil. Uma das vantagens da importação é a variedade de preços e de usinas lá fora, que tem linhas de crédito internacionais para oferecer para nosso mercado interno”, ressaltou.
Já Rodrigo Castilho, especialista em negócios internacionais e despacho aduaneiro, também pontuou ser importante que o Brasil não dependa apenas do mercado nacional. “Com a globalização, as grandes empresas conseguem maior barganha e poder de compra. Mas a pequena e média empresa vai competir como? A cooperativa é uma boa opção, porque tem maior volume de compra e amplitude de opção de parceiros comerciais. Trabalhar com importação é uma válvula de escape, um plano B. Um maior volume de transações reflete diretamente na competitividade e no preço, criando um cenário altamente transformativo e dinâmico”, destacou.
Questionado sobre quais seriam os entraves para viabilização do processo de importação, Castilho destacou dois pontos. “Os maiores entraves são as barreiras comerciais e a falta de estrutura logística de trandings para viabilizar a importação dos produtos. A importação conta com alguns gargalos como a infraestrutura nacional. Vários países trabalham via cabotagem. O transporte multi-modal no Brasil contribuiria nesse sentido, para reduzir a distância e o preço”, concluiu.
O 92º ENIC, o mais importante fórum de debates dos temas estratégicos e da agenda nacional da construção, é uma realização da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e conta com a correalização da Asbraco-DF, Sinduscon-DF e Ademi-DF. O evento conta com apoio do Sesi Nacional e do Senai Nacional e com patroci?nio platinum da Arcelormittal Brasil e silver do Sebrae.
A programação completa do ENIC, que nesta edição acontece 100% online, pode ser acessada no site do evento. Garanta sua vaga e participe!
Fonte: CBIC