publicado em 07/12/2017
Apesar de o PIB da construção ter amargado uma queda de 6% este ano, os números macroeconômicos dão sinais de que em 2018 o País entrará em um novo ciclo de crescimento.
Um dos fatores importantes para esta expectativa foi a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, ficando em 7% ao ano, menor nível na história. Essa é a décima queda consecutiva, podendo chegar 6,5% no início do próximo ano.
"Já tivemos outros momentos com patamares parecidos, mas de maneira artificial, não de forma sustentável como nos dias atuais, com uma inflação na casa dos 3%. Ou seja, são índices macroeconômicos que levam ao investimento real", destaca o presidente do Sinduscon-PR, Sérgio Crema.
Outro fator importante foi a aprovação da Reforma Trabalhista, que vai incentivar a formalidade ao estimular a produtividade, combatendo a ociosidade, que é um dos grandes problemas que enfrentamos hoje. "A prevalência do negociado sobre o legislado diminuirá a quantidade de litígio, o que também é extremamente benéfico ao aumento da produtividade, principalmente no setor da construção, que depende muito da mão de obra", salienta.
Estes vetores econômicos já refletiram positivamente em alguns dados importantes: o Índice de Confiança da Indústria da Construção, elaborado pela FIEP, subiu 7,9 pontos no mês de setembro de 2017, elevando-se para 59,2 pontos.
Dados do PIB (IBGE) apontam que os investimentos cresceram 1,6% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o trimestre anterior, sendo o primeiro resultado positivo após 15 trimestres seguidos de queda ou estabilidade.
Produção Imobiliária em Curitiba
O número de novas unidades verticais lançadas aumentou este ano, fechando em 3.400 apartamentos, número 38% maior ao de 2016.
Em termos de alvarás, Curitiba encerra 2017 com 1.400.000 metros quadrados de área concluída (18% menos do que no ano anterior), somando 12 mil unidades habitacionais (número 15% inferior a 2016), o que marca a redução de ciclo de entregas de grandes volumes.
Em relação aos alvarás liberados para construção, foram registrados 1.300.000 metros quadrados de área (-33% menos que 2016) e 9 mil unidades (-29%).
O estoque manteve-se no mesmo patamar de 2016, próximo a 8.100 unidades, o que significa que os produtos que foram colocados no mercado no último ano foram comercializados.
"Se considerarmos que 50% dos alvarás que foram liberados para construção este ano (650.000m2) forem executados nos próximos 18 meses, significa que o setor privado irá investir (tendo como base o CUB de outubro/2017) aproximadamente R$ 1 bilhão no mercado imobiliário de Curitiba e Região Metropolitana", ressalta Crema.
Pesquisa de contratação de mão de obra
O Sinduscon-PR realizou uma pesquisa junto às empresas associadas para verificar a intenção de contratação de mão de obra, o nível de atividade e a previsão de lançamentos para 2018.
54% pretendem manter o número de funcionários e 34% têm intenção de aumentar o quadro funcional.
A perspectiva é de que estas construtoras que desejam contratar gerem 16% de novas vagas de emprego em Curitiba e Região Metropolitana, sendo que metade destas construtoras atuam no segmento de obras públicas. "Ano passado esse índice era de 5%, o que mostra o ânimo dos empresários para o próximo ano", frisa Marcos Kahtalian, Vice-Presidente de Banco de Dados da entidade.
52% têm intenção de aumentar o nível de atividade da empresa e 40% querem pelo menos manter, sendo que a imensa maioria que pretende avançar mais no próximo ano são de organizações de pequeno e médio portes.
Outro dado muito interessante apontado pelo levantamento é que 40% das construtoras planejam lançar empreendimentos imobiliários no próximo anos, sendo que 20% já têm data programada para estes lançamentos, que somam aproximadamente 3.044 unidades.
Foto: Valterci Santos
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