publicado em 27/03/2020
O surto da Covid-19 causou uma reviravolta no cenário nacional e internacional. Começamos o ano com boas expectativas, previsão de crescimento econômico, e agora nosso horizonte é de estagnação ou recessão. Temos um desafio enorme pela frente: tentar preservar vidas, a economia e milhares de empregos. Não há como discutir soluções para esta crise sem integrar esses três temas cruciais para a Nação.
Especialistas destacam que o objetivo é achatar a curva do número de infectados para que fique o mais próximo possível da capacidade de atendimento do sistema de saúde do País, num esforço enorme para evitar um colapso.
Esta medida, porém, implica em expandir o prazo final da crise, o que terá impacto imediato na economia. O PIB (Produto Interno Bruto) inevitavelmente irá despencar, o índice de desemprego, que já está bastante elevado, vai aumentar ainda mais e a recuperação destes dois vetores será muito difícil e lenta, mesmo depois que a pandemia esteja controlada.
A situação é muito séria e não há espaço para radicalismo. Temos visto muitas cidades e estados adotando o chamado lockdown horizontal, mantendo empresas fechadas (exceto serviços essenciais, como farmácias e mercados) e a população isolada em suas casas. Esta é uma medida extrema, que traz uma série de efeitos colaterais.
A maioria das empresas dos mais diferentes setores produtivos não tem fôlego para aguentar tantos dias de portas fechadas. Se tivermos dificuldades para produzir, devido à falta de insumos e pela falta de liquidez (fruto da queda nas vendas) milhares de empresas, hoje eficientes, irão à falência, que irá aumentar ainda mais as consequências sociais negativas decorrentes desta crise.
As administrações públicas, por sua vez, sentirão uma forte queda na arrecadação de impostos, o que irá comprometer ainda mais a prestação do serviço público, especialmente na área da saúde. Quer dizer, o que já era precário, pode piorar.
Por isso entendemos que é preciso cautela, bom senso e um plano sistematizado para conseguirmos vencer mais este tsunami. Na nossa visão, é possível preservar atividades industriais e até mesmo comerciais se forem criados protocolos e procedimentos seguros de operação para preservar a vida e a saúde dos trabalhadores.
A indústria da construção, um dos setores vitais para o desenvolvimento socioeconômico do País, que gera milhões de empregos formais, segue trabalhando com muita responsabilidade, cumprindo com todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde do Brasil.
O Sinduscon-PR tem repassado diariamente informações cruciais para os empresários, abordando os mais diferentes aspectos desta crise, econômico, jurídico, fiscal, etc. Criamos ainda uma cartilha para ser distribuída nos canteiros de obras, com orientações básicas de saúde e higiene nas atividades da construção.
Muitas empresas já adotaram uma série de medidas para preservar a saúde de seus colaboradores, colocando em quarentena e isolamento aqueles que se enquadram nos grupos de risco, liberando parte da força de trabalho para as atividades em sistema de home office, criando regime de escalas com suas equipes, alternando turnos, os horários das refeições, implantando sistema de carona para evitar que utilizem transporte público, dentre tantas outras ações que contribuem para resguardar a saúde dos nossos trabalhadores.
Desta forma, com o chamado isolamento vertical, é possível preservar a saúde de todos, assegurando a manutenção de milhares de empresas e postos de emprego.
Por fim, acreditamos que esta pandemia impõe mais do que nunca a união do Brasil. Esta batalha é de todos nós: do poder público - de todas as esferas de governo -, de todas as indústrias, comércio e de todas as famílias. Cada um precisa fazer a sua parte, ter muita disciplina no cumprimento das orientações dos órgãos competentes da saúde, para que juntos possamos vencer esta guerra o quanto antes e da melhor forma possível.
Rodrigo José Assis,
Presidente do Sinduscon e Seconci - PR
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