publicado em 24/10/2017
Ela é considerada o “termômetro da economia”. Se a construção civil está bem, o Brasil está bem. Estima-se que são cerca de 13 milhões de pessoas trabalhando no setor, considerando empregos formais, informais e indiretos. É uma cadeia gigante. A notícia boa é que agora ela começa a sinalizar a retomada do crescimento, mesmo ainda moderada. Em julho deste ano, pela primeira vez depois de 33 meses, as contratações com carteira assinada nas obras superaram as demissões, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego. Mas por que isso é bom para o país?
Na prática, a melhora do cenário na construção civil tem impacto em diversos outros campos da atividade econômica. Os investimentos em obras impulsionam áreas importantes para o desenvolvimento urbano. A construção de mais moradias diminui o déficit habitacional, a ampliação do saneamento básico melhora as condições de saúde da população e a expansão da mobilidade urbana oferece praticidade ao cotidiano, trazendo qualidade de vida.
Além disso, à medida que as pessoas voltam aos seus postos de trabalho, as famílias recuperam sua capacidade de consumo, o que faz o comércio enxergar melhoras nas vendas, aumentando também a demanda da indústria. E o governo também ganha. A cada R$ 100 investidos na construção, R$ 25 voltam para os cofres públicos em forma de imposto.
Espelho da economia
Por todos esses motivos ela é um espelho da economia. Nos anos de maior crescimento do país, como em 2010, quando o PIB do Brasil teve aumento de 7,5%, o PIB da construção civil cresceu 13,1%. Em 2014, último ano em que o PIB brasileiro registrou variação positiva (0,5%), o PIB da construção civil ficou em -2,1%, conforme dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção.
É por isso que, ao menor sintoma de melhoras, é na construção civil que aparecem os primeiros resultados positivos. É um ciclo virtuoso que, para ser retomado, precisa do investimento. A recuperação do nível de emprego dos trabalhadores nas obras é um dos principais fatores para que a economia volte a crescer.
Demanda habitacional
Além disso, o investimento em construção civil é fundamental para resolver outro problema do país: a demanda habitacional. Levantamento feito pelo Secovi-SP em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) estima que, entre 2015 e 2025, o Brasil precisa construir 14,5 milhões de novos domicílios para suprir o déficit por moradia. “Esse outro lado da demanda também é muito forte, e é preciso que os níveis de confiança da população voltem a crescer”, observa Amary.
Aos poucos, isso começa a acontecer. Segundo o Secovi-SP, entre o primeiro semestre de 2016 e o primeiro semestre de 2017, houve um crescimento próximo de 10% em vendas e lançamentos imobiliários. “Se a gente prestar atenção, vemos um aumento no volume de lançamentos. São sinais de recuperação que, gradualmente, tomam forma”, conclui Amary.
Você vai ver mais sobre construção civil e outros setores da infraestrutura nos próximos meses no projeto Em Movimento, na TV Globo e no G1. Fique ligado.
Fonte: Globo.com