atualizado em 02/07/2020
O resultado da 3ª onda da pesquisa "Covid-19: impactos e desafios para o mercado imobiliário" realizada com o setor pela BRAIN Inteligência Corporativa, em parceria com Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), é o mais animador dos últimos meses. O indicativo positivo foi divulgado nesta quinta-feira (2/7), durante uma live apresentada pelo sócio-diretor Fábio Tadeu Araújo e pelo sócio consultor da BRAIN, Guilherme Werner, junto com o presidente da Comissão da Indústria Imobiliária (CII) da CBIC e economista-chefe do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Celso Petrucci.
Nesta edição da pesquisa, 554 empresas foram entrevistadas entre 10 a 25 de junho. Mesmo com as incertezas geradas pela pandemia de covid-19, o mercado imobiliário ficou mais aquecido. Segundo Fábio Tadeu Araújo, das pessoas que pensavam em comprar um imóvel, 22% efetivaram a compras em junho, seis pontos percentuais superior a março, e três pontos percentuais maior que abril, meses iniciais da pandemia. "Com a sondagem foi possível traçar um cenário de como os empresários do setor da construção estão reagindo diante da pandemia. Pudemos observar que a pior fase já passou, e agora é possível enxergar uma gradual retomada do setor", destacou.
As regiões Sul e Centro-Oeste tiveram um maior crescimento entre março e junho. A primeira saltou de 8% em março para 23% em junho, e a segunda foi de 15% para 22% no mesmo período. O Sudeste se manteve estável (de 26% em março para 25% em junho) assim como Norte e Nordeste, que foram unificados na pesquisa (16% em março para 18% em junho). "Acredita-se que esses números possam se relacionar com os efeitos da pandemia sentidos desigualmente ao longo do tempo nas regiões brasileiras", comentou Araújo.
O sócio-diretor da BRAIN pontuou que as empresas maiores estavam mais preparadas para acessar crédito nesse período de pandemia, bem como tinham mais estrutura para vendas online. Na mesma linha de pensamento, Celso Petrucci, avaliou que o setor tem tido lançamentos virtuais bem sucedidos. "Quem ousou e acreditou teve bons resultados. Isso reforça que o fundo do poço foi abril, agora já vemos uma melhora. E essas vendas na web são um legado que vem com a pandemia. Acredito que vão existir muitos lançamentos híbridos a partir de agora, com o plantão de vendas e virtual", detalhou.
Petrucci destacou, ainda, que deve ocorrer um grande aumento de lançamentos nos meses finais do ano. "Acredito que o balanço será de 20% de lançamentos no primeiro semestre e 80% no segundo", afirmou o economista.
Para o sócio consultor da BRAIN, Guilherme Werner, a procura por imóveis aumentou e a busca presencial voltou a aparecer nessa onda. "Todo mercado imobiliário precisa aproveitar o custo de oportunidade, da taxa de juros. Um sinal disso é que 75% das empresas fecharam vendas em junho, o que comparado com abril representa um aumento de quase 20%. Werner explicou também como será a 4º onda da pesquisa. "Vamos entrevistar até mil pessoas da população em geral para analisar o cenário. Diversos são os fatores que nos fazem acreditar que vamos ter um segundo semestre positivo, diferente do que vimos no começo da pandemia, em março", explicou.
Ao avaliar o perfil do consumidor, a pesquisa mostrou um leve aumento na intenção de compra, onde em março correspondia a 55% e em junho subiu mais 3%. Já os motivos para não comprar variam de acordo com a renda. "Quem ganha acima de R$ 11 mil sofre com as incertezas em relação à pandemia, algo mais psicológico. Já quem possui renda até esse valor, desiste da compra por ter perdido o emprego", concluiu Fábio.
O tema abordado tem interface com o projeto "Melhorias do Mercado Imobiliário" realizado pela CBIC, por meio das Comissões da Indústria Imobiliária (CII) e de Habitação de Interesse Social (CHIS), com a correalização do Serviço Nacional da Indústria (Senai).
Fonte: CBIC