publicado em 12/12/2023
O Programa Minha Casa Minha Vida deve fechar 2023 com cerca de 550 mil financiamentos, superando a meta inicial de 375 mil.
Este ano houve muitas mudanças importantes no programa, dentre elas a portaria do faixa 1, melhorias no FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e nas taxas de juros. Diante destas novidades e do atual cenário macroeconômico, as perspectivas para o próximo ano são positivas.
Em reunião na CBIC, a vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês Magalhães, apresentou o balanço do ano da instituição. “Conseguimos colocar na rua o MCMV faixa 1, o FAR, e estamos com alguns processos em andamento, como a seleção do MCMV-Entidades, voltado à concessão de financiamento subsidiado por meio de entidades privadas, sem fins lucrativos, para produção de unidades habitacionais urbanas, com recursos do Fundo de Desenvolvimento Social (FDS), além do MCMV-Rural, direcionado para a produção e a melhoria de habitações rurais, com recursos do Orçamento Geral da União e do FGTS”, apontou.
De acordo com Inês Magalhães, os programas vão ao encontro do desafio de reduzir as desigualdades no campo e para colocar a organização social como autor importante na habitação.
Em relação ao FGTS, Inês apontou que a instituição deve ultrapassar os R$ 100 bilhões previstos, chegando a quase o dobro do orçamento de 2021. “Esse orçamento será semelhante ao que já foi aprovado para o ano que vem, nossa expectativa é que na execução desse ano encerre com algumas intermitências ou remanejamento, mas é algo que se faz com tranquilidade”, afirmou.
Sobre os desafios para 2024, a vice-presidente de Habitação destacou atenção à possibilidade de correção do FGTS pela poupança. “Se a decisão for de remunerar pela poupança, pode haver dois efeitos: a necessidade do aumento das taxas e, consequentemente, a redução da dose de crédito”, disse, ao completar destacando ser preciso desconstruir a imagem de que o trabalhador vai ganhar se aumentar a remuneração. “Não é isso que vai acontecer com mais da metade dos trabalhadores. Para a maioria o ganho será muito pequeno”, completou.
Segundo Inês, a Caixa tem dedicado esforços para manter um nível elevado de investimento, mas que tudo depende do cenário. “É preciso incentivar o debate sobre a possibilidade de investir em uma política de priorização dos financiamentos”, disse.
A meta de 130 mil casas para atender famílias de baixa renda com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), prevista pelo governo, será atingida, destacou o superintendente nacional da Caixa, Raul Gomes. Contudo, destacou ser preciso união dos diversos players.
Para o superintendente nacional da Caixa, Alexandre Cordeiro, é importante que o banco dê total atenção para o avanço da faixa 1, mas sem perder o foco do mercado imobiliário geral. “Segmento habitacional é pujante e precisamos estar alinhados. Nós da área de riscos estamos atentos ao dinamismo do setor e podem contar com a Caixa como parceira do segmento, buscando sempre melhorias”, reafirmou o responsável pela área de risco de crédito da Caixa, Robson Pissutti.
Outros pontos destacados para o próximo ano incluem o debate sobre o formato do “Feirão da Caixa”, com ofertas de imóveis na planta, novos e usados; a transformação digital; melhorar a experiência cliente; a saúde da carteira para evitar uma maior inadimplência; além do avanço nas pautas sobre os vícios construtivos, que conta com o apoio da CBIC.
“A Caixa e a CBIC fizeram um intercâmbio para sanar as questões de vícios construtivos, que tem afetado todo o setor. Vamos unir esforços para trabalharmos juntos por esta causa”, apontou o presidente da CBIC, Renato Correia. A contestação por eventual vício construtivo é legítima, o problema em questão é a forma predatória em que a questão tem sido tratada, afirmou Clausens Duarte. “As empresas estão sempre dispostas a corrigir o que realmente for vício”, disse.
De acordo com o diretor-executivo de Habitação da Caixa, Rodrigo Wermelinger, a pauta de sustentabilidade e ESG, também prevista para ser aperfeiçoada em 2024, conta com a parceria da CBIC. “Nós já temos iniciativas como o selo azul, que fomenta as boas práticas para uma habitação mais sustentável, mas a Caixa quer ir além e não tem como a habitação ficar fora dessa temática”, disse.
Vale reforçar que o setor está atento aos debates sobre o saque aniversário e FGTS Futuro, que podem impactar no andamento no programa.