atualizado em 04/12/2020
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, defendeu, nesta quinta-feira (3/12), a suspensão do recesso de fim de ano do Congresso para que se possa começar a votar, já em janeiro, projetos importantes em tramitação na Câmara dos Deputados e no Senado, incluindo as propostas da reforma tributária e da reforma administrativa.
A sugestão foi dada ao participar online do encerramento do 92º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que reuniu virtualmente cerca de cinco mil participantes e promoveu pela internet, desde 5 de novembro, quase 50 painéis de discussões.
“O Congresso precisa voltar a trabalhar mais cedo”, propôs, ao lembrar que a pandemia da Covid-19 suspendeu as sessões presenciais e a renovação das comissões temáticas das duas Casas. “O Congresso ficou meio paralisado, trabalhando a 40% da sua capacidade”, justificou.
Na visão do vice-presidente, o Congresso deveria parar apenas no Natal e no Ano Novo, não estendendo o recesso, como ocorre anualmente. Segundo Mourão, contribuiu também para retardar as votações a disputa pela futura presidência da Câmara, que levou os partidos do chamado Centrão a obstruir os trabalhos virtuais do plenário.
Para o vice-presidente da República, as propostas da reforma tributária e da reforma administrativa são absolutamente essenciais para a retomada do desenvolvimento econômico e a prosperidade do país. “É dever do governo impulsionar estas reformas, porque sem elas não há saída. Nossa visão é clara: fora das reformas, não há futuro”, declarou.
Diante da informação do presidente da CBIC, José Carlos Martins, de que a construção civil gerou cerca de 150 mil empregos em plena pandemia, Mourão ressaltou que, juntamente com o agronegócio, a construção civil foi a grande responsável pelo início da retomada da atividade econômica.
“Tem sido extraordinária a contribuição da construção civil na recuperação do PIB. Esta impulsão à economia dada pelo setor tem de ser mantida”, sublinhou. Mourão concordou com a declaração do presidente da CBIC de que é fundamental, para o desenvolvimento brasileiro, reduzir a burocracia e, em conseqüência, os efeitos do chamado Custo Brasil.
Em resposta à indagação de José Carlos Martins sobre eventuais mudanças na política externa do governo brasileiro a partir das eleições nos Estados Unidos, o vice-presidente da República assegurou que não haverá alterações. “O Brasil sempre se pautou pela flexibilidade na política externa. Nosso relacionamento com os Estados Unidos, de 200 anos, registra sazonalidades, mas sempre olhamos os Estados Unidos como o farol da democracia e do bom capitalismo”, declarou.
O vice-presidente da República, que preside o Conselho Nacional da Amazônia, responsável pela política de preservação ambiental da região, admitiu serem constantes as críticas às medidas do governo para o setor.
“Estamos carregando uma mochila pesada, levando pedradas todo dia”, declarou. Enfatizou, contudo, que a política ambiental executada pelo governo é correta, ao buscar sinergias na condução de medidas ambientais e deixar claro o compromisso com a preservação do meio ambiente.
O 92º ENIC é uma realização da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O evento conta com a correalização da Asbraco-DF, Sinduscon-DF e Ademi-DF; apoio do Sesi e do Senai Nacional; patroci?nio platinum da Caixa Econômica e da Arcelormittal Brasil e patrocínio silver do Sebrae.
Fonte: CBIC