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Multifamily: uma tendência que cresce no mercado imobiliário brasileiro

publicado em 30/08/2023

Bastante popular nos Estados Unidos, o multifamily é uma das grandes tendências do mercado imobiliário brasileiro. No sistema, um edifício ou condomínio de casas pertence a um único dono, geralmente uma empresa, e todos os moradores são locatários. É sobre este tema que o Sinduscon-PR debateu no Painel do Associado do dia 29 de agosto, no Sinduscon Corporate.

O vice-presidente de Banco de Dados do SindusconPR, Marcos Kahtalian, explicou que as mudanças no modo como as pessoas vivem, especialmente o público mais jovem, serão movidas por duas grandes tendências: locação e serviços. A digitalização, que já havia chegado ao setor com a primeira leva de startups para o momento do aluguel e da compra do imóvel, agora avança sobre a fronteira das facilidades que cercam a moradia.

Para apresentar seu case de sucesso, a entidade convidou o CEO da Luggo, Rodrigo Resende, para falar sobre o modelo de negócio da proptech da Construtora MRV, focada em aluguel residencial. 

A Luggo já atraiu um contrato de 1,7 bilhão de reais da Brookfield para o desenvolvimento de 5.000 unidades em cidades como Fortaleza, Recife, Brasília e Porto Alegre. A gama de serviços oferecidos nos apartamentos, cujo valor de aluguel parte de 1.500 reais por mês, inclui minimercado, limpeza, reforma, mobília e carros para alugar. No empreendimento entregue na cidade mineira de Contagem, a velocidade de ocupação foi duas vezes maior do que a esperada: o prédio foi inteiramente alugado em três meses.

No bairro de Pirituba, na cidade de São Paulo, dois terços do empreendimento estão locados após dois meses. "Mesmo na renda média é possível oferecer aluguel sem garantia, essencial para o segmento ao permitir solucionar casos de inadimplência com celeridade. Conseguimos aprovar 60% dos cadastros que recebemos com o uso de um algoritmo próprio, diz.

Sobre este mercado

Nos EUA o multifamily existe há mais de 100 anos e é uma modalidade consolidada no mercado imobiliário. Como a moradia é uma necessidade básica, a liquidez é grande. Prova disso são os mais de 40 milhões de norte-americanos que moram em um imóvel do sistema.

No Brasil o setor ainda é novo. No final de 2021 as properties companies já tinham mais de 10 mil unidades multifamily em desenvolvimento no país. E os fundos de investimento imobiliário (FIIs) cerca de R$650 milhões sob gestão. Nessa mesma época, pesquisa da CBRE Brasil, mostrou que 55% dos entrevistados já investiam no multifamily e 70% pretendiam investir até 2024.

Benefícios para os moradores

Um ponto muito interessante é que os empreendimentos são planejados com focos geralmente específicos. Uma das características do multifamily é justamente a criação de projetos voltados para determinados públicos: pessoas solteiras, famílias pequenas, casais jovens, aposentados e idosos, etc.

Isso não só reforça o sentido de comunidade, como atende às necessidades de cada grupo - com arquitetura adaptada, plantas diferenciadas, serviços customizados, etc.

Por outro lado, esses empreendimentos oferecem infraestrutura completa, com unidades totalmente mobiliadas e com itens de cozinha, cama mesa e banho, até serviços de limpeza, lavanderia, internet, streamings, etc. Pura praticidade para pessoas que não gostam de ter "bagagem" ou que estão (re)começando a vida, por exemplo.

Essas características dos empreendimentos respondem aos três pilares fundamentais do multifamily: live, work and play (morar, trabalhar e se divertir). Assim, um dos grandes diferenciais é justamente a experiência de quem mora, além da qualidade da arquitetura, ambientação, funcionalidade e diversificação das plantas, qualidade dos serviços 24h, praticidade, etc.

Fora isso, a própria jornada de locação é mais leve, livre das dores comuns de alugar e dos aborrecimentos de ser proprietário.

Tendências e demanda crescente

De acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, divulgada pelo IBGE divulgada em junho de 2023, 21,1% dos domicílios brasileiros são alugados. Assim, há um grande espaço de crescimento para o multifamily, institucionalizando um setor que tradicionalmente é feito entre famílias.

De acordo com o Projeto Moradia no Mundo Pós Pandemia, o multifamily é uma das grandes tendências do setor. A crise da Covid-19 acarretou uma mudança na mentalidade sobre a forma de morar, na própria relação das pessoas com a casa, o lar. Hoje há uma maior valorização da flexibilidade e da mobilidade.

E o multifamily agrega todas as características necessárias, simplificando processos, proporcionando mais rapidez nas tomadas de decisão, oferecendo centralização de despesas, experiências compartilhadas, mais sensação de segurança e facilidade da rotina com serviços que melhoram o bem-estar e a qualidade de vida.

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