publicado em 05/04/2024
As mulheres na liderança e na tecnologia foram tema de painel no 98º Encontro da Indústria da Construção (ENIC), nesta terça-feira (02), realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Nos últimos anos, tem crescido o número de mulheres na indústria da construção. De acordo com dados recentes do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), o número de mulheres registradas como engenheiras e arquitetas tem aumentado constantemente nos últimos anos, representando atualmente 20% do total de profissionais ativos no país.
No entanto, esse avanço não vem sem desafios. Mesmo com o constante avanço no crescimento de mulheres na indústria da construção nos últimos anos, a desigualdade de gênero no setor ainda é bem considerável. De acordo com o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), no Distrito Federal, por exemplo, de 21.779 profissionais ativos no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA), apenas 4.373 são mulheres.
Um dos desafios mais prementes é a pressão para se adaptar a um ambiente dominado por homens, o que muitas vezes leva as mulheres a se afastarem de sua própria identidade feminina. Essa tendência de se tornar "mais masculina" pode resultar em exaustão, como afirma a engenheira, empresária, mentora, CEO da Wonce, Crica Marian. "Dados apontam que 40% das mulheres em cargos de liderança sofrem de burnout por tentarem agir como homens", destacou.
A engenheira destaca que para alcançar o sucesso na construção, as mulheres precisam se reconectar com sua feminilidade e a respeitar o masculino, encontrando um equilíbrio entre essas energias. "A autoconfiança é essencial nesse processo, mas dados revelam que cerca de 80% das mulheres enfrentam desafios relacionados à confiança em si mesmas, o que pode prejudicar suas chances de liderança", citou.
"Para construir uma carreira de sucesso, as mulheres são aconselhadas a focar em três pilares fundamentais: o alicerce, o alvo e os relacionamentos. O alicerce refere-se a se conectar com o feminino, enquanto o alvo envolve ter clareza sobre metas e visão de futuro. Os relacionamentos são essenciais para o crescimento profissional, pois proporcionam apoio e colaboração", concluiu Marian.
Para a arquiteta e urbanista, doutora pelo Programa de Pós-graduação em Arquitetura (PROARQ) da Universidade do Rio de Janeiro, com ênfase em Building Information Modeling (BIM) - macro adoção e construção digital, Cristiane Magalhães, a tecnologia também desempenha um papel crucial na transformação do setor da construção e na inclusão das mulheres. "Ferramentas como o BIM estão abrindo portas para mais mulheres entrarem no setor, oferecendo oportunidades de capacitação e aumentando a mão de obra qualificada", disse.
A arquiteta e urbanista destaca a importância de priorizar as pessoas na era da tecnologia. "Sem investir na capacitação e no desenvolvimento das pessoas, a tecnologia por si só não pode impulsionar o progresso", afirmou.
O tema tem interface com o Projeto Estratégico da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
O 98º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC) é realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do Serviço Social da Indústria (Sesi). O evento ainda tem o patrocínio do Banco Oficial do ENIC e da FEICON, a Caixa Econômica Federal, do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (CREA-SP), Mútua, Sebrae Nacional, Housi, Senior, Brain, Tecverde, Softplan, Construcode, TUYA, Mtrix, Brick Up, Informakon, Predialize, ConstructIn e Pasi.
Fonte: CBIC