publicado em 05/03/2009
Medidas para atenuar os efeitos da crise
Brasília - O Brasil já vendeu US$ 14,5 bilhões (vendas no mercado a vista) das reservas internacionais desde o agravamento da crise financeira internacional, em setembro, até o dia 2 de março. A informação foi dada pelo presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, durante o Seminário Internacional sobre Desenvolvimento, promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES)
No total, a injeção líquida de dólares pelo Banco Central somou US$ 27,4 bilhões. Parte desses recursos foi destinada a empréstimos e voltará para as reservas. Segundo Meirelles, US$ 9,7 bilhões foram destinados a leilões com compromisso de recompra e US$ 9,6 bilhões a leilões de financiamento à exportação. A instituição também injetou US$ 33 bilhões por meio de operações de derivativos cambiais (swap).
O presidente do BC também afirmou que o financiamento das exportações está em processo de recuperação. Segundo ele, em janeiro deste ano, a renovação dos adiantamentos sobre contratos de câmbio (ACC) era de 75% e agora está em 95%.
?Esse é um mercado que já começa a se recompor?, avaliou. Outro dado citado por Meirelles foi a liberação de depósitos compulsórios (dinheiro que os bancos são obrigados a deixar no BC) chegou a R$ 99,8 bilhões até 27 de fevereiro.
Quando o Banco Central libera recursos do compulsório, sobra mais dinheiro para os bancos emprestarem. Esse conjunto de medidas foi necessário porque, com a crise internacional, houve escassez de crédito.
Segundo Henrique Meirelles, antes da crise, em agosto, os depósitos compulsórios somavam R$ 259,4 bilhões. De acordo com ele, o valor acumulado à época deu condições ao BC de liberar recursos para segmentos mais atingidos pela crise no Brasil, como pequenos e médios bancos e exportadores.
Fonte: Agência Brasil