publicado em 14/09/2012
Mantega reafirma aquecimento da economia
São Paulo ? O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reafirmou dia 14, que, embora a projeção de crescimento da economia tenha sido revista de 3% para 2%, a atividade econômica brasileira está em pleno aquecimento neste segundo semestre.
"Temos que parar de olhar para trás. A taxa é uma média, que está sendo puxada para baixo por causa do primeiro semestre. Conhecemos os detalhes da economia, acompanhamos vários setores e temos indicadores que apontam para a retomada?, declarou, ao participar de evento da revista Exame na capital paulista.
Entre os indicadores que sinalizam ritmo mais acelerado, o ministro destaca o aumento no volume de crédito, o crescimento da atividade industrial e do comércio varejista. A expectativa do ministério é que no próximo ano o Brasil cresça a uma taxa de 4%. Para o ministro da Fazenda, o conjunto de medidas de estímulo vai permitir crescimento sustentado entre 4% e 5% por vários anos.
Mantega avalia que as ações de estímulo adotadas pelo governo ainda não resultaram em impacto na economia. ?Os efeitos vão se dando aos poucos. A redução da taxa de juros, por exemplo, demora de 8 a 10 meses, ainda mais em um cenário de crise?. Ele destacou, ainda, as medidas de desoneração da folha pagamento e redução das alíquotas de energia que devem surtir efeito no próximo ano.
O ministro justificou também a inclusão de novos setores nas medidas de desoneração da folha, anunciada ontem (13). Ele explicou que o ambiente atual de pleno emprego faz com que haja aumento do custo da mão de obra, diminuindo a competitividade do setor produtivo brasileiro. ?Em outros países, em função da crise, o custo da mão de obra está caindo. A situação do Brasil [em relação a criação de vagas] é boa, mas gera problemas para as empresas?, avaliou.
Ao destacar o conjunto de medidas anticíclicas ? abrir mão de receitas e gastar mais em momentos de desaceleração da economia ? , Mantega ressaltou os investimentos previstos até 2016 pela Petrobras, da ordem de R$ 240 bilhões. ?Esses recursos não vão depender da crise ou da demanda. Dizem respeito a exploração dos ativos petrolíferos?, explicou. Ele ressaltou que esses investimentos irão permitir que o país exporte petróleo. ?Independente da crise internacional, a mundo vai continuar consumindo?, aposta.