publicado em 27/07/2011
Mantega nega existência de bolha de crédito no setor de habitação
Daniel Lima, Pedro Peduzzi e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil
Brasília ? O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou ontem (26) a existência de uma bolha de crédito na habitação. Segundo ele, ?por falta de assunto? ou para ?polemizar e animar os leitores?, alguns analistas de mercado passaram a tratar do assunto como se o crescimento do setor fosse um problema. De acordo com o ministro, embora o custo da habitação tenha crescido no Brasil a partir dos estímulos dados pelo governo, é preciso observar que o setor enfrentou ?um ciclo de baixa? e de estagnação durante 20 anos.
?O preço dos imóveis estava baixo", disse o ministro. Com as medidas e os estímulos dados, o setor cresceu, inclusive com aumento de preços.
Mantega reafirmou a necessidade de investimentos para que a economia mantenha um crescimento sustentável, principalmente em infraestrutura tanto públicos quanto privados. Ele lembrou que, no ano passado, a expansão dos investimentos foi superior à de 2009 em mais de 20%. O ministro estima que, neste ano, os investimentos cresçam 10% em relação a 2010.
?Só teremos crescimento de qualidade com investimentos acima do consumo e acima do PIB [Produto Interno Bruto]. Temos que criar as condições para que esse crescimento se mantenha ao longo dos anos?, disse.
Em sua exposição na 38ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o ministro apontou ainda as ações destinadas a conter a inflação e disse que as metas serão cumpridas. A meta estabelecida para 2011 é 4,5%, com uma variação de 2 pontos porcentuais para mais ou menos.
?Desde 2005, temos cumprido o regime de metas, estando abaixo do limite superior. Em 2011, mais uma vez, faremos isso e posso dizer aos senhores que estaremos com a inflação abaixo do limite superior, mostrando que o combate à inflação é prioridade e que a inflação está em trajetória descendente.?
O ministro apontou também desafios que o país ainda tem de enfrentar, como a redução da pobreza e a melhoria da educação, da ciência e da tecnologia e da infraestrutura no país. Além disso, é preciso modernizar o sistema tributário, cuja elevada carga atualmente cria problemas para o setor produtivo.
Fonte: Agência Brasil