publicado em 19/07/2017
Ceotto destacou os principais problemas que levam essa indústria a se mover em ritmo desacelerado
O Sinduscon Paraná instigou os empresários associados a pensarem em inovação e aumento da produtividade, durante a última Reunião com Associados, realizada no dia 4 de julho. O tema foi apresentado pelo engenheiro Luiz Henrique Ceotto, consultor de gestão e desenvolvimento tecnológico da construção.
Ceotto que atualmente reside em Boston, onde realiza Mestrado, explanou sobre a produtividade na construção civil, e os principais problemas que leva essa indústria e se mover em ritmo desacelerado nesse quesito.
O engenheiro afirma que a produtividade do setor estagnou nos anos 60. Um estudo do Boston Consult Group verificou que entre 1920 e 1960 houve aumento considerável de produtividade na construção civil, com a chegada de novas tecnologias como Drywall. O ganho foi em torno de 4 vezes mais. No entanto, após esse período, houve uma redução de 18%. “O restante da economia triplicou, sem colocar a indústria agrícola que foi muito mais intensa”, explica.
BOX Principais problemas na Produtividade da Construção Civil:
1) Desenvolvimento e padronização de sistemas construtivos: (montar na obra, não fazer na obra) 2) Gestão mais moderna (é difícil aplicar processos de gestão modernos em cima de processos construtivos artesanais) 3) Disponibilidade de empreiteiros especializados
Para Ceotto, o grande problema brasileiro está na liderança.
OLHO “Líderes são os que transformam ideias em negócio, ganhos e agregam valor. E só vai haver inovação se houver liderança”, ressalta.
A indústria automobilística, segundo ele, é um exemplo a ser seguido. Analisando os custos de mão de obra nos dois setores: na construção é 40% e no automobilismo apenas 3%. A ideia é que a construção civil possa utilizar o setor automotivo como modelo e adaptar para melhorar.
Mas qual é a receita para melhorar? Ceotto afirma que no Brasil e nos EUA são utilizados os mesmos produtos e tecnologias, no entanto, a forma de fazer está errada. “Nosso problema é mental e cultural. Precisamos começar a trabalhar pessoas, processos e prática, integrar para despertar o sistema de liderança. Isso é papel das empresas, criar um ambiente inovador”, pondera.
Para demonstrar o tema na prática, a RAC Engenharia, por meio do Gestor Técnico de Engenharia, Carlos German Flores, apresentou o case do uso do BIM nos projetos da empresa. O especialista mostrou um passo a passo da compatibilização, resultados, vantagens e fez comparações do projetado ao realizado, demonstrando a eficiência da Modelagem.
Fotos: Valterci Santos