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Evento em parceria com a Gazeta do Povo

publicado em 08/11/2012

Evento em parceria com a Gazeta do Povo

BR precisa vencer questões microeconômicas para que burocracia não trave o desenvolvimento do País

Este foi um dos consensos levantados no evento sobre Economia, Mercado Imobiliário e Crédito, realizado no dia 6 de novembro, pelo Sinduscon-PR, em parceria com o jornal Gazeta do Povo. Participaram do debate o economista e presidente do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), Gilmar Lourenço, o
superintendente técnico da Abecip (Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança), José da Silva Aguiar; o consultor de dirigente da Caixa Econômica Federal, Fernando Magesty, e o vice-presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), José Carlos Martins. A mediação ficou a cargo da jornalista Marisa Valério, editora executiva de Economia da Gazeta do Povo.

Gilmar Lourenço abordou a lenta recuperação dos países europeus, dos Estados Unidos, Japão e China, devido à crise internacional que iniciou em 2008 e que se agravou nos últimos anos. A estimativa do economista é de que o PIB da zona do Euro em 2013 e 2014 deva crescer 1% ao ano; no Japão, 1,5%, EUA, 2,5%, e China próximo a 7% a.a.

Quanto ao cenário econômico brasileiro, o presidente do Ipardes frisou que o País passa por um processo de esgotamento do endividamento do governo e das famílias. ?Na crise de 2008, o poder público adotou medidas para incentivar o consumo. Agora é necessário pensar em um novo modelo de crescimento?, diz, acrescentando que os arranjos macroeconômicos são desfavoráveis ao setor industrial e aos investimentos, especialmente nos segmentos de tecnologia, educação e infraestrutura. ?O País está desprovido de uma política industrial, vivemos a continuidade do modelo econômico dependente de poupança externa?, critica.
  
Sobre o Paraná, o economista destacou que faltam investimentos principalmente na área de construção pesada. ?Mas nosso Estado está resgatando a vontade de crescimento?, salientou, apontando que em 2011, enquanto o PIB do País foi de 2,7%, o do PR foi 4%. A variação da produção industrial nos últimos 12 meses foi negativa em SC (-4,2%) e RS (-1%), enquanto que no PR houve elevação de 3,9%. Ele estima que a taxa de crescimento real do PIB do PR seja de 4,5% em 2013, repetindo o mesmo desempenho em 2014. 

ABCIP e Caixa Econômica Federal apontam cenário de otimismo moderado

O superintendente técnico da Abecip (Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança), José da Silva Aguiar, apresentou uma série de vetores favoráveis para o crescimento do mercado imobiliário. Destacou a baixa taxa de desemprego no Brasil, na casa dos 5%; a elevação do rendimento médio real do trabalhador, que evoluiu 2.6 pontos percentuais em setembro deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado; índice de confiança do consumidor, medido pela FGV, que em setembro de 2012 ficou na casa dos 122,1, enquanto que a média histórica é de 112,2. 

?Temos um potencial de mercado muito grande. No Brasil, em 2008 o crédito imobiliário representam apenas 1,9% do PIB, e hoje atingimos 5,9%. Mas esta relação eleva-se a 11,5% no Chile, e 9,7% no México, por exemplo?, cita, destacando que a expectativa é de que o País dobre o desempenho nos próximos 2 ou 3 anos.

Ano passado, o montante de financiamentos imobiliários SBPE e FGTS somaram R$ 114,8 bilhões, número que deve subir 20% este ano. ?Crescimento considerado normal para o setor, especialmente nesta fase de maturidade da construção civil e de crescimento mais consistente?, considera Aguiar. 

Ele frisou que o LTV (que é a relação financiamento/garantia) no Brasil é baixo em relação aos mercados externos, o que ?nos dá tranqüilidade e derruba o risco de bolha. Os nossos bancos são mais criteriosos na concessão de crédito, diferente dos EUA, e o brasileiro tem como característica emprestar o mínimo possível para não contrair dívida muito alta?, diz. 

Convergente com todos estes pontos levantados por Aguiar, o consultor da CEF, Fernando Magesty deu ênfase às oportunidades frente à demanda interna. ?Nos últimos anos assistimos ao encolhimento das classes E e D, bem como o crescimento da C, B e A. Temos 40 milhões de pessoas na Classe C, dispostas a investir, comprar carro, sair do aluguel, fazer up grade de moradia, comprar bens de consumo duráveis?, diz.

CBIC frisa que vencer a burocracia dos cartórios é uma das prioridades

De norte a sul do País, um dos principais entraves para o setor é a burocracia e a falta de padronização de procedimentos em cartórios, problema este que para a CBIC é urgente a ser vencido. ?Este gargalo impactou no atraso das obras no Brasil todo, pois o empresário lança o empreendimento, mas leva meio ano para conseguir o alvará de construção na prefeitura e longos meses para vencer a papelada em cartório e registro de imóveis. É a cultura da papelada que temos de combater?, defende. 

Outro gargalo é a falta de investimento em infraestrutura. ?O governo estimula o consumo das famílias, mas não investe em sua capacidade instalada. O cidadão compra carro, mas fica travado no trânsito; compra celular, mas fica sem final; compra TV, mas sofre com o apagão?, critica.

Martins destaca ainda a necessidade de aumentar a produtividade sem elevar custo. ?Para isso o País precisa investir mais em ciência e tecnologia. Apenas com inovação teremos condições de crescer de forma sustentável?, defende.

Acesse o link e confira as apresentações dos palestrantes.

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