publicado em 24/06/2022
Como será o futuro do mercado imobiliário dentro de um cenário cheio de adversidades como foi o dos últimos anos? Com um combo de aumento de custos, alta da inflação, pandemia e a crise entre Rússia e Ucrânia, o setor começa a repensar soluções e criar novas direções. Esse foi o tema do painel que encerrou as atividades do 94º Enic | Engenharia & Negócios, depois de quatro dias de palestras e oficinas com mais de 20 horas de conteúdo, 85 palestrantes e quase 10 mil participantes.
“Para enfrentar tempos de crise: gestão, planejamento e tecnologia são fundamentais”, afirmou o presidente da CBIC, José Carlos Martins, que moderou o último painel com três grandes empresários do setor imobiliário.
O grande desafio para as empresas do setor imobiliário e de construção a curto e médio prazo é equilibrar as contas, segundo Rafael Goellner Garcia, diretor da GC Engenharia. “Podemos dizer que os custos estão subindo de elevador e os de venda estão subindo de escada. O grande desafio é fechar conta, a margem tá muito espremida”, comentou. Para tentar vencer a crise, ele sugere o investimento no valor agregado e na qualidade dos projetos apresentados para o público-alvo. “No mercado, aqueles projetos que carregam alto padrão vão ter sucesso nessa alta de preços, já os outros vão acabar numa briga de precificação”, apontou o empresário.
Um dos aspectos que mais afetou o setor nos últimos 18 meses, foi a alta nos custos e o processo inflacionário. “Vivemos um momento duro, mas sou otimista e acredito que vamos ter uma indústria mais saudável nos próximos meses e em 2023. Temos o privilégio de estar num mercado em que a demanda é maior que a oferta, ainda que enfrentando uma incapacidade de acesso ao crédito”, afirmou Eduardo Fischer, CEO da MRV.
Segundo Ricardo Gontijo, CEO da Direcional Engenharia, se todo desafio gera uma oportunidade, apesar da alta dos custos, e ainda que os preços de venda não tenham subido na mesma proporção, a tendência é que as margens sejam reajustadas mais adiante. “Olhando pra frente quem está comprando um imóvel agora vai estar fazendo bom negócio, porque vamos ter uma recomposição do custo em algum momento”, afirmou o empresário.
O uso de tecnologias dentro do setor deve avançar ainda mais nos próximos anos, nos encontros do Enic muito foi falado sobre as plataformas para calcular as variações de custo e aprimorar as construções, mas segundo os palestrantes também é importante olhar para a parte comercial. “Ainda é muito distante pensar num e-commerce para o mercado imobiliário porque é uma compra muito importante não é igual a comprar um tênis na internet, mas temos alternativas como fazer um passeio virtual, por exemplo. Esse tipo de ferramenta pode auxiliar no processo de venda. A tecnologia veio para ficar e o nosso o cliente hoje em dia tá 100% dentro do celular”, apontou Goellner Garcia.
O presidente da CBIC encerrou as atividades ressaltando duas agendas importantes: em agosto a entidade deve realizar uma série de entrevistas com os candidatos à presidência. E no dia 7 de dezembro, o Enic acontece de forma presencial. “Estaremos juntos para apresentar nossas propostas às equipes do governo que tiver sido eleito seja qual ele for, para que melhore o setor e melhore o Brasil”, apontou Martins.
O tema do Painel do ENIC tem interface com o projeto “Melhoria para o mercado imobiliário”, das Comissões de Habitação de Interesse Social (CHIS) e da Indústria Imobiliária (CII), da CBIC, com a correalização do Senai Nacional.
O 94º Enic é realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e conta com a correalização do Sesi, Senai e patrocínio do Sebrae, Confea, Mútua, AltoQI, SoftwareONE, CV, Sienge e Caixa Econômica Federal.
Fonte: CBIC