Custo do BIM não impede ampliação de seu uso, conclui painel do Comat

publicado em 03/12/2020

O uso dos processos BIM (Building Information Modeling), que aumentam a eficiência do projeto e do planejamento de forma colaborativa e reduzem o retrabalho ao executarem virtualmente uma obra, é caro? Não, não é. Esta foi uma das conclusões do painel Por que o BIM não está te ajudando ainda?, que discutiu na quarta-feira (2), no 92º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), as barreiras encontradas pelas empresas do setor em adotar o BIM, considerado essencial para a modernização delas.

A engenheira de produção Marcia Codecco, uma das palestrantes do painel, apresentou pesquisa que detectou ser o custo do uso do BIM, ao lado de fatores como escassez de recursos e de profissionais especializados, uma das principais razões contra sua disseminação alegadas pelas construtoras.

O painel foi realizado no ENIC pela Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e é parte do projeto Inovação e Tecnologia, uma parceria da Comat com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Os debates foram conduzidos pelo presidente da Comissão, Dionyzio Martins Klavdianos, e pelo líder do tema na Comat, Paulo Rogério Sanchez.

Num cenário em que há 30% de desperdício de materiais e baixo uso de tecnologias modernas na construção civil, o BIM, que reduz custos e encurta prazos, entre vários outros benefícios, é uma inovação essencial à sobrevivência das construtoras, salientou Márcia Codecco.

Assegurou que, ao contrário do que alegam muitos empresários da construção, o BIM tem custo mensal acessível, entre R$ 300 e R$ 1.200, equivalendo, na pratica, ao custo de um servente de obra. “ O BIM não é para quem pode, é para quem quer, porque é acessível a todos. Não usando o BIM, o empresário da construção vai perder e ser esquecido no mercado, pela falta de competitividade”, assinalou ela.

O presidente do BIM Fórum Brasil, Wilton Catelani, outro debatedor do painel, concordou com a avaliação de Codecco sobre as resistências à disseminação do BIM. Segundo ele, uma parcela dos empresários da construção se prende a métodos conservadores de produção, resiste a mudanças e não enxerga, muitas vezes por desconhecimento, os benefícios da implantação dos processos BIM.

Ressaltou que como o BIM não se faz sozinho, é fundamental que seja colaborativo, o que exige mudanças de toda a cadeia produtiva. Lembrou iniciativas nessa direção, como o BIM Colaborativo e o próprio BIM Fórum Brasil, que contam com diversos participantes da construção.

Sanchez e Klavdianos destacaram a qualidade da metodologia do projeto BIM Colaborativo e os bons resultados alcançados pelo projeto piloto. Afirmaram que a iniciativa tem potencial para aumentar o nível de maturidade do uso do BIM na indústria da construção.

A Comat reitera o convite para as empresas conhecerem, ainda este ano, a metodologia do BIM Colaborativo, podendo usar o endereço www.bimcolaborativo.com.

O 92º ENIC, o mais importante fórum de debates dos temas estratégicos da construção, conta com a correalização da Asbraco-DF, Sinduscon-DF e Ademi-DF, apoio do Sesi Nacional e do Senai Nacional, patrocínio platinum da Arcelormittal Brasil e silver do Sebrae.

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Fonte: CBIC

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