publicado em 18/06/2020
Diante da expressiva desaceleração das mais diversas atividades, da inflação reduzida, das constantes quedas nas estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2020 e do cenário ainda caracterizado pela incerteza em relação ao controle da pandemia provocada pela Covid-19, o Comitê de Política Monetária (Copom) confirmou a expectativa do mercado e reduziu a taxa básica de juros (Selic) de 3,0% a.a. para 2,25% a.a, o que correspondeu a oitava queda consecutiva.
“Esse é o menor patamar da Selic desde 1999, quando entrou em vigor o regime de metas para inflação. Para o Brasil, que já liderou o ranking de maior taxa de juros reais do mundo, o patamar atual ganha ainda mais relevância”, afirma a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.
A economista destaca que as mais diversas estimativas demonstram que a economia global registrará forte retração em 2020.
Na previsão da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o PIB Mundial sofrerá queda de 6% se não ocorrer uma segunda onda da pandemia no mundo. O recuo aguardado para o PIB nacional é de 7,4%, conforme a OCDE.
Já a pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central, estima -6,51%.
Vasconcelos ressalta que quando a crise sanitária se instalou, o País ainda estava em recuperação da forte crise observada no período 2015/2016. A aprovação da Reforma da Previdência em 2019, a inflação sobre controle, a expectativa da continuidade da agenda de reformas, o mercado de trabalho em ascensão e o baixo patamar da taxa de juros alimentavam a esperança, no início de 2020, de um crescimento superior a 2%. Mas o cenário foi totalmente alterado a partir da segunda quinzena de março.
Além disso, segundo a economista, a recente divulgação de indicadores da indústria, comércio e serviços demonstra a força da queda das atividades em abril, primeiro mês completo das medidas de isolamento social adotadas para combater o avanço da Covid-19.
A Produção Industrial, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou queda de 18,8% neste mês, em relação a março. Foi o recuo mais intenso da indústria desde o início da série histórica da pesquisa, em 2002. Em dois meses (março e abril), a atividade acumulou contração de 26,1%.
Veja a íntegra da análise da economista do Banco de Dados da CBIC, Ieda Vasconcelos.
Fonte: CBIC