publicado em 25/11/2019
O segundo painel do Congresso Nacional de Engenharia, Construção, Tecnologia e Inovação (Conecti) teve como tema ?Cooperativa de crédito: uma solução para o futuro?. O evento, que reúne mais de 400 empresários e dirigentes da construção civil, no Fashion Hall em Maringá (PR), nesta sexta-feira (22), reuniu também especialistas da região que mudaram o cenário do acesso ao crédito para empreendedores do setor produtivo, por meio do cooperativismo. Em três anos, as cooperativas de crédito devem oferecer R$ 5 bilhões em crédito imobiliário.
Mediado pelo presidente do Sindicato da Construção Civil do Paraná (Sinduscon PR/Noroeste), Marcos Mauro Pena de Araujo Moreira Filho, o painel debateu as vantagens e como criar uma cooperativa de crédito.
A primeira explanação coube ao presidente do Conselho de Administração da Cocamar, Luiz Lourenço, que fez uma breve apresentação da cooperativa agroindustrial, citando as atuais 87 unidades operacionais no norte e noroeste do Paraná, no oeste de São Paulo e Mato Grosso Sul, além de 2,5 mil colaboradores, mais de 15 mil associados, sendo 75% de pequeno porte, e previsão de faturamento de R$ 4,6 bilhões neste ano.
"Para crescer e oferecer rentabilidade para os associados, por meio de bons negócios e divisão de resultados, é fundamental que a cooperativa tenha gestão profissional. Também disponibilizamos apoio para viabilizar a produtividade do produtor, como assessoria comercial e agrônoma, insumos de qualidade, unidades de tecnologia, entre outros", enfatizou Lourenço.
Em seguida, o presidente da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), José Roberto Ricken, destacou que o Paraná é referência em cooperativismo no Brasil. "Chegamos a 106 mil empregos diretos e, em 2020, esperamos atingir a meta de R$ 100 bilhões em faturamento. Hoje as cooperativas de crédito são as que mais crescem, já as de infraestrutura ainda apresentam deficiências e, nesse aspecto, a construção civil tem muito a contribuir", enfatizou.
A reflexão teve sequência com o diretor de operações do Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob), Ênio Meinen, que informou que na Europa a cada cinco pessoas uma está inserida em uma cooperativa financeira. "No Brasil o número está aquém disso, mas já somos 15 milhões de usuários de cooperativas e a tendência é aumentar, principalmente em comunidades remotas, já que em 10% dos municípios brasileiros, por exemplo, as cooperativas são as únicas instituições financeiras e ainda oferecem o diferencial de ter compromisso com o desenvolvendo das comunidades", ressaltou.
Meinen informou que o Banco Central considera as cooperativas como reguladoras de mercado, uma vez que o sistema colaborativo incentiva a competitividade por operar com patamares justos. "Lembrando que as cooperativas financeiras também começaram a atuar com crédito imobiliário e já atuam fortemente com consórcio imobiliário, o que movimenta a construção civil", completou.
Além disso, Meinen deu uma boa notícia para o setor da construção. "Em três anos, as cooperativas de crédito devem oferecer R$ 5 bilhões em crédito imobiliário", disse.
Por fim, o presidente do Conselho de Administração do Sicoob Sul, Jefferson Nogaroli, que é ex-presidente do Sicoob Central Unicoob, ressaltou que o cooperativismo humaniza as relações financeiras pelo compromisso com o desenvolvimento econômico e social local. "O banco busca rentabilidade para os acionistas, e a cooperativa se empenha pelo menor custo para o associado e agrega valor à distribuição de sobras", explicou.
Nogaroli frisou ainda que reclamar das dificuldades não resolve, mas sim trabalhar juntos para compartilhar resultados. Diante disso, incentivou a construção civil a se organizar em uma cooperativa. "Se conseguimos estruturar uma cooperativa de crédito com poucos recursos, sem apoio e sem as tecnologias da atualidade, e ainda enfrentando o oligopólio bancário, vocês também conseguem, basta dar o primeiro passo", comentou.
O Conecti/CBIC conta com a promoção e realização do Sinduscon-PR/Noroeste e da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), com o apoio do Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional). À tarde acontecem dois outros painéis: ?O Futuro da Minha Cidade? e ?A Inovação e O Futuro da Construção?.
Fonte: CBIC