publicado em 16/01/2020
A indústria e o trabalhador brasileiros têm a seu favor nove Centros de Inovação do Serviço Social da Indústria (Sesi), cada um focado em um tema ligado ao bem-estar do trabalhador e ao resultado final da empresa. São eles: Tecnologias para a Saúde; Higiene Ocupacional; Fatores Psicossociais; Longevidade e Produtividade; Ergonomia; Economia para Saúde e Segurança; Prevenção da Incapacidade; Estilo de Vida e Saúde; e Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho. Eles estão distribuídos em diferentes estados e atuam em rede para atender empresas de todos o país.
O presidente da Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Fernando Guedes, exalta a criação dos centros, considerando que atualmente as novas tecnologias estão cada vez mais presentes nos ambientes de trabalho, especialmente no da indústria da construção. “O objetivo do Sesi de buscar o bem-estar do trabalhador, de promover saúde e segurança a partir da instalação dos nove centros é interessante, pois cada um trata de temas que são constantemente utilizados pela indústria. Esses centros desenvolvem trabalhos de inovação e busca de novas tecnologias para serem aplicadas no dia a dia. No caso da construção, por exemplo, um centro de formação de Santa Catarina desenvolveu um programa que monitora o ambiente de trabalho para diminuir os riscos ao trabalhador dentro do canteiro de obra”, destacou Guedes.
Atualmente, há 29 tecnologias disponíveis para indústria. Entre as soluções está a SEIF (Segurança, Informação e Formação), desenvolvida pelo Centro de Inovação Sesi em Tecnologias para a Saúde, em Santa Catarina, e recentemente vencedora do Prêmio CBIC de Inovação. Trata-se de uma solução tecnológica composta por aplicativo conectado a sensores embutidos em capacetes de trabalhadores. Por meio dela, gestores, equipes e responsáveis acompanham em tempo real o status de segurança dos trabalhadores e mapeiam situações de risco no ambiente de trabalho.
Há instituições atentas, por exemplo, aos desafios que surgem com o envelhecimento da população economicamente ativa, às doenças músculo-esqueléticas em trabalhadores e à busca de soluções inovadoras para reduzir a toxicidade de substâncias químicas na indústria.
O diretor de Operações do Serviço Social da Indústria (Sesi), Paulo Mól, explica que os centros de inovação desenvolvem soluções em Saúde e Segurança no Trabalho (SST) para atender às necessidades da indústria brasileira. “Toda ótica dos Centros de Inovação tem como objetivo reduzir o absenteísmo, a falta do trabalhador. Quando fazemos isso, reduzimos os custos das empresas. É algo muito importante: conectar a tecnologia a uma causa extremamente nobre, a segurança do trabalhador”, diz Mól.
Parceria internacional
Ao longo de 2017, primeiro ano de funcionamento, os centros iniciaram 19 projetos pilotos em parceria com 33 empresas e fez parcerias com instituições internacionais de referência. Com a Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, os centros brasileiros estão desenvolvendo um modelo de calculadora para a gestão de custos de saúde e de segurança. Em parceria com o Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional (FIOH) e o Instituto Holandês de Inovação (TNO), trabalham para criar metodologias e técnicas para sensibilizar e apoiar gestores a inserir temáticas como longevidade, ergonomia e gestão de fatores psicossociais no dia a dia das empresas.
Inovação acessível
Todas as soluções desenvolvidas nos Centros de Inovação formam um banco de dados na Plataforma de Inovações do SESI.
Soluções para todos
Empresas de todos os portes podem utilizar os serviços dos Centros de Inovação. O primeiro passo é relatar seu desafio na Plataforma Nacional de Soluções SESI, à disposição dos gestores das áreas de saúde e segurança do trabalho da indústria. Uma vez identificado o que pode ser feito, o projeto é direcionado ao centro mais adequado. Há também a possibilidade de utilizar as soluções já desenvolvidas que estão expostas na plataforma.
Fonte: CBIC