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Cenário político e econômico do Brasilem pauta no Sinduscon Paraná

publicado em 05/05/2016

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O Sinduscon-PR promoveu no dia 2 de maio, a primeira Reunião com Associados do ano em parceria com o jornal Gazeta do Povo, cujo tema foi: O cenário político e econômico do Brasil. Para a ocasião foram convidados o cientista político da CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Leonardo Barreto, e o presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Julio Takeshi Suzuki Junior.

O debate, mediado pelo editor executivo do jornal, o jornalista Guido Orgis, foi muito rico e trouxe à tona o desenrolar da crise e também as expectativas de um novo governo.

Ao contextualizar o cenário econômico, Julio Takeshi mostrou dados e afirmou que não há dúvida para a causa da crise: há uma raiz fiscal. O que chamou a atenção na análise do presidente do Ipardes foi o peso da máquina pública que hoje possui 36% de tributos e possui um déficit de 10%, ou seja, soma-se 46% de despesas do estado, o que se torna um problema para o País. ?Não me lembro de uma economia que apresente essa equação?, aponta.

Outro fator relevante diz respeito ao endividamento das famílias. ?O governo apostou muito no consumo, no entanto se tornou um país bom em consumir e ruim em produzir. É muito caro produzir aqui?, frisa Takeshi, que apontou ainda que muitas empresas têm optado pelo México, devido ao custo baixo na produção. Perguntado sobre o que irá mudar ao assumir um novo representante, Julio afirma que ?a mudança será na expectativa, mas é preciso reformar?, considera.

O cientista político Leonardo Barreto, iniciou sua explanação integrando o cenário político ao econômico. Segundo o especialista, o governo pode ter um excelente programa econômico, uma excelente receita, mas, se não tiver autoridade política para implementar essa receita, de nada vale.  ?Ficou muito claro no final do ano passado que, para o governo recuperar a autoridade econômica ele precisava recuperar a sua autoridade política?, pondera.

Como não poderia faltar, mencionou os reflexos da Operação Lava Jato que resultou na maioria dos atores políticos investigados, vários processados. ?A gente chega no final do ano com todos o atores políticos enfraquecidos e sem capacidade de se sobrepor uns aos outros. E ainda, o governo com a popularidade lá em baixo?, analisa Barreto.

A aposta do momento é o vice-presidente Michel Temer, o próximo da lista de sucessão para tomar posse. Barreto avalia que o governo Temer não nasce com 50 milhões de votos como a Dilma (devido às eleições), no entanto, nasce com dois padrinhos políticos fortes: a economia e o Congresso.

?Ele tem a missão de construir um consenso mínimo na sociedade. Por mais que o congresso seja um dos padrinhos desse governo, aliás, o seu gerador, o congresso é volúvel: uma agenda muito impopular do Temer pode contaminar o congresso. Normalmente contamina. E então ele perderia o seu espaço de apoio. Por isso, é preciso que ele tenha essa capacidade?, considera Barreto.

Para encerrar, o cientista política faz um panorama do que deverá ser o próximo governante. Há indícios de que ele apresente diagnósticos verdadeiros para a população e haja uma abertura maior de diálogo.

?Na minha opinião esse governo vai buscar apoio na sociedade civil, especialmente nas áreas econômicas. E se o governo vai ou não conseguir vender essa narrativa, vai depender muito do nível de apoio que ele vai encontrar.  Na população isso é muito complicado. Mas, possivelmente em fóruns e reuniões com entidades que ele vai acabar buscando a legitimidade, esta não alcançada pelas urnas?, aponta Barreto que afirma ainda que, Temer não é carismático mas é um grande articulador político.

Fotos: Valterci Santos

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