publicado em 13/02/2020
Você já parou para pensar por que o Brasil e outros países se preocupam tanto em atrair investimento estrangeiro? Essa é uma resposta que pode ser esclarecida durante o debate "Crédito Imobiliário: juros baixos, mais negócios?", que será promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), no dia 17 de fevereiro, em São Paulo. As inscrições são gratuitas.
Silvio Bezerra, presidente da Ecocil Incorporações, é um dos convidados do painel "Opções para Fundings’" e vai abordar sua experiência exitosa com fundo de investimentos internacional, que levou a incorporadora, em 2010, a ser a primeira do setor imobiliário a receber capital internacional no Brasil.
O setor imobiliário brasileiro pode ser o destino de um expressivo fluxo de capital estrangeiro, de acordo com Bezerra. A perspectiva do novo governo de fazer as reformas econômicas botou o País de novo no radar do capital estrangeiro. “Em termos de investimentos internacionais, 2020 e 2021 serão anos estrondosos, com um boom de investimentos internacionais no País”, afirma o empresário.
Especialistas renomados participam do evento, que contará também com o painel "Panorama Nacional". Nesse módulo os participantes vão abordar como os bancos estão se preparando para atuar no ambiente de juros baixos, e terá, entre outros palestrantes, Jair Mahl, vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal, e Otávio Ribeiro Damaso, diretor de regulação do Banco Central do Brasil.
A Agência CBIC de Notícias conversou com Silvio Bezerra, que adiantou alguns fatores que podem atrair investimentos estrangeiros para o Brasil nos próximos anos.
Confira a entrevista:
CBIC: Quais são expectativas de crédito para 2020? Com a baixa dos juros, mais negócios serão gerados?
Silvio Bezerra: Eu acho que 2020 vai ser um ano exitoso, especialmente porque a taxa de juros chegou no menor patamar da história. Acredito que o crédito imobiliário vai acontecer de uma forma nunca antes vista no Brasil. Vivemos o período de 2008 a 2014 com um monte de recursos internacionais e empresas apostando no Brasil, o que gerou um crédito fácil para o mercado imobiliário. Isso, num patamar que era de 8,5% de Selic [Sistema Especial de Liquidação e de Custódia]. Ou seja, acredito que esse cenário irá se repetir, mas agora num cenário de 4,5%. Vai ser uma coisa estrondosa, um boom de investimentos.
CBIC: A Ecocil foi pioneira no crédito imobiliário internacional. Qual o diferencial da empresa para atrair esse investimento e quais dicas o senhor daria para quem quer empreender nesse sentido?
SB: Ao longo de 2005 a 2008 a Ecocil fez um trabalho na empresa para se preparar para buscar o capital estrangeiro. Participamos das feiras imobiliárias internacionais, como o salão imobiliário de Madri, Lisboa e Londres, para nos ambientar sobre o que gera interesse para o investidor. A partir daí, estávamos capacitados para as empresas estrangeiras que queriam investir no Brasil. E nós criamos uma forma de facilitar esses investimentos, reformulando o nosso modelo de negócio.
CBIC: Como foi feita a organização da empresa para torná-la mais atrativa para os investidores?
SB: A Ecocil era construtora/incorporadora/familiar, então fizemos uma cisão nela deixando a gestão familiar restrita a construtora. Então a gente criou a incorporadora, que recebeu todos os ativos pertencentes à essa empresa mãe. Nós transferimos todos os terrenos que eram próprios, todos os contratos de permuta, a própria marca da empresa foi transferida para essa empresa nova, que recebeu os ativos e ficou uma empresa com histórico zero, ou seja, uma empresa fácil de fazer auditoria para receber capital estrangeiro. Os detalhes vou deixar para falar na minha palestra durante o evento.
A realização do evento faz parte do projeto ‘Melhorias para o Mercado Imobiliário’, realizado pela CBIC com a correalização do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Confira a programação completa:
Fonte: CBIC
