publicado em 15/05/2020
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção, representada pelo presidente José Carlos Martins, participou nesta quinta-feira (14/05) da live "Virando o jogo: A retomada da construção pós-Covid-19", com a presença de representantes da cadeia produtiva do setor. Promovida pela Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínios (Afeal), a conversa abordou questões relacionadas ao cenário atual, os protocolos adotados para manter a atividade funcionando e as tendências do setor pós-pandemia do coronavírus.
José Carlos Martins destacou que, no momento, um dos maiores problemas é o crédito via banco privado, o que foi reforçado pelo superintendente da Associação Nacional de Materiais de Construção (Anamaco), Waldir Abreu, e pelo presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Construção (Abramat), Rodrigo Navarro.
"O cenário do varejo é delicado, por necessitar de crédito na ponta, para se manter aberto e operacional no país inteiro, com os cuidados necessários", disse Waldir Abreu.
"O que precisamos é de crédito na ponta e não vamos desistir enquanto não conseguirmos", afirmou Rodrigo Navarro.
A live foi mediada gerente geral da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio, Fernando Rosa
Construção: oportunidade para o país sair da crise
O presidente da CBIC destacou a construção civil como locomotiva para o novo momento do país. O setor impacta diretamente 97 outros segmentos, como a indústria automobilística, a indústria de pneus, o posto de gasolina e o borracheiro. "Se alguém quer fazer o País crescer e ver o Brasil retomar, é mais fácil irrigar a economia via 97 torneiras do que com uma ducha que faz um buraco no chão", frisou.
"Precisamos tomar a frente, sem arrogância e pretensão, mas com responsabilidade, para pautar o novo momento de crescimento do País", disse Martins, reforçando, para isso, a importância da cadeia produtiva do setor estar preparada e unida, com demandas sintonizadas com os anseios da sociedade brasileira, para intensificar a atividade e ajudar o país a capilarizar o desenvolvimento e gerar emprego formal.
Ao citar o déficit habitacional atual de 7,8 milhões de moradias (FGV), o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, reforçou a grande responsabilidade do setor na geração de empregos. "A redução do déficit habitacional gera um grande volume de empregos. Podemos chegar a 7,5 milhões de empregos diretos, indiretos e induzidos. No ano passado, a construção foi responsável por 11% dos empregos. O PIB da construção puxa o PIB do Brasil".
"Temos que ser protagonista sim, tem o marco do saneamento, tem o ?Pró-Brasil? e é um trabalho de todos A produção e a comercialização têm que estar juntas nesse momento crítico e seremos um vetor da retomada com certeza", ressaltou Rodrigo Navarro.
"É hora de assumirmos o protagonismo do setor da construção para puxar o crescimento da economia brasileira. A construção pode trazer a pujança e esse resultado. Temos que unir esforços para ajudar o governo a definir esse rumo", reforçou o presidente da Afeal, Alberto Cordeiro.
Tendências para o mercado habitacional e de infraestrutura
Sobre recursos, Martins mencionou que a habitação de interesse social deve ser o carro-chefe e que novas regras devem ser lançadas proximamente. A habitação de mercado vai depender das condições de renda e de crédito dos agentes financeiros privados e a infraestrutura deve ter capital internacional para as grandes empresas e recursos via governo para as de menor porte. Citou ainda a campanha Vem Morar, da Caixa.
O presidente da Afeal citou o resultado da pesquisa Medo x Desejo, que indica que, após a crise, a maior intenção de consumo não é para a compra do automóvel, mas investir na reforma ou na compra do imóvel novo.
Fonte: CBIC