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2021 foi o melhor ano para o mercado imobiliário brasileiro

publicado em 15/12/2021

Em 2021, três fatos marcaram o desempenho da indústria da construção no cenário nacional e local: a forte elevação dos custos dos insumos, o crescimento expressivo do mercado imobiliário e a forte geração de empregos. Na apresentação do balanço econômico e perspectivas para 2022 realizada pelo Sinduscon-PR no dia 7 de dezembro, o vice-presidente de Banco de Dados, Marcos Kahtalian, destacou que este ano foi o melhor para o mercado imobiliário desde que existem registros, em termos de crédito, lançamentos e vendas.

E estes fatores apontados por ele também impactarão no desempenho do setor em 2022. A expectativa é que a indústria da construção deva crescer 7,6% este ano em relação a 2020, desempenho superior ao da economia brasileira - as projeções atuais indicam avanço do PIB nacional inferior a 5%. O resultado positivo do setor é reflexo do ciclo de negócios iniciado no ano passado, com forte contribuição da taxa de juros em baixo patamar. 

Outro dado relevante é a quantidade de novos postos de trabalho gerados. O número de vagas de emprego criado nos últimos 10 meses é o melhor se comparado aos últimos 10 anos. Com este incremento, o estoque de trabalhadores com carteira assinada na construção volta ao patamar de 2016, somando 2.391.044 pessoas. Destes, 154 mil estão no Paraná, sendo aproximadamente 50 mil em Curitiba.

 

Preços dos insumos

A indústria da construção vem registrando aumentos persistentes no custo do setor. Segundo estudo elaborado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), de janeiro a novembro deste ano, o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) subiu 13,46%. O indicador está em seu maior patamar desde 2003.  

Desde o início do segundo semestre de 2020 os materiais de construção vêm registrando forte aceleração. O INCC Materiais e Equipamentos registrou aumento de 42,25% de julho de 2020 a novembro deste ano. Neste período, os insumos que apresentaram as maiores elevações foram: vergalhões e arames de aço ao carbono (+92,44%), condutores elétricos (+72,10%), tubos e conexões de PVC (+69,09%), eletroduto de PVC (+53,94%), esquadrias de alumínio (+44,40%), compensados (+43,32%), produtos de fibrocimento (+39,53%) e tijolos e telhas cerâmicas (+38,75%). "O grande vilão que tivemos foi o aumento de custos. Esse crescimento fora do propósito de insumos gera um descasamento da renda da população com o preço dos imóveis, o que é preocupante", destacou o presidente da CBIC, José Carlos Martins.

Financiamento imobiliário

Um dado que explica o crescimento acelerado da indústria da construção este ano é o volume expressivo de concessão de crédito habitacional. Segundo a ABECIP, os financiamentos imobiliários devem avançar 55% em 2021, de R$ 175 bi para R$ 271 bilhões. Só o crédito SBPE deve crescer 80% (de R$ 124 bi para R$ 223 bi). O número é ainda mais impressionante em termos de unidades. Este ano serão 1,259 milhões de habitações financiadas, número 52% superior ao ano anterior. Se analisar a série histórica desde 2011, o País nunca atingiu este patamar de financiamento imobiliário. "Por isso este foi o melhor ano para o mercado", ressalta Kahtalian.  O ponto de preocupação, de acordo com o presidente da CBIC, está no preço dos imóveis, que deve sofrer reajuste nos próximos meses. Segundo Martins, o preço não acompanhou o aumento do INCC, ou seja, a elevação do custo da construção ainda não foi repassada ao consumidor. "A curva de materiais e equipamentos segue em crescente e não manifesta nenhuma tendência de queda, o que é preocupante. Aguarda-se aumento nos preços dos imóveis nos próximos meses em função dessa enorme e persistente alta nos insumos", explicou.

Confiança do empresário

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), da CNI, avançou 0,7 ponto em dezembro de 2021 em relação a novembro, subindo de 56 para 56,7. A alta interrompe uma sequência de três fortes quedas, quando o ICEI recuou 7,2 pontos. Vale ressaltar a percepção para os próximos seis meses: o indicador para a economia está em 55,3 pontos e para a empresa, 62,5. A média ficou em 60,1. A leitura desse dado mostra que o otimismo para o próximo semestre está mais forte e disseminado. Produção imobiliária em Curitiba

Marcos Kahtalian destacou que o volume expressivo de licenciamentos ocorrido este ano indica que 2022 será bastante forte para a indústria da construção em Curitiba, sobretudo em geração de empregos formais. Por conta da pandemia, muitos pedidos de alvarás para a construção ficaram represados. "2021 deve fechar com aumento de licenciamento na ordem de 150% em termos de volume - de 1.733.099 metros quadrados para 4.332.549 m2. Em unidades habitacionais a elevação é de 180%, passando de 11.922 para 33.382 habitações" aponta. Isso significa que, considerando os custos, com base no CUB-PR, a indústria da construção em Curitiba projeta investimentos na ordem de R$ 4,3 bilhões em obras imobiliárias. "É um volume muito significativo, o que sinaliza que o número de contratação de mão de obra vai aumentar bastante", frisa. 

Pesquisa de contratação de mão de obra sinaliza ânimo dos empresários para 2022

No último Painel do Associado do Sinduscon-PR, realizado no dia 7 de dezembro, o vice-presidente de Banco de Dados do Sinduscon-PR, Marcos Kahtalian, revelou os números da pesquisa de contratação de mão de obra realizada pela entidade. O levantamento indicou que 66% das associadas pretendem aumentar o nível de atividade das empresas em 2022.

Segundo o estudo, 68% já têm lançamento programado ou intenção de lançar no ano que vem, e que 43% querem aumentar o número de funcionários. A intenção é incrementar o quadro de trabalhadores em 32%, o que significa que as associadas devem gerar aproximadamente 2.700 novas oportunidades de emprego em 2022.

Se extrapolarmos para o estoque de Curitiba (51.531) este número seria de quase 16,5 mil novas vagas.

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