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Sem recuperação da confiança a economia não será retomada, afirmam economistas

publicado em 20/05/2016

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Os economistas Daniel Furletti e Ieda Maria Pereira Vasconcelos fizeram um raio-x da economia brasileira e do setor da construção civil para os participantes da comissão de Banco de Dados, durante o 88º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC).O evento é promovido pela Comissão Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e realizado pelo Sinduscon Paraná-Oeste, em Foz do Iguaçu (PR). Segundo eles, sem a recuperação da confiança, a economia brasileira não votará a crescer.

Durante a apresentação, Furletti e Ieda detalharam o atual cenário brasileiro: desequilíbrio fiscal; incertezas políticas; baixo patamar de confiança; queda na produção industrial; recessão econômica; desemprego elevado e crescente; inflação superior ao teto da meta e juros altos. Segundo eles, a conjuntura econômica e política vivida até então, não criava condições para superar esse quadro negativo. As estimativas apontam que o Brasil não reverterá a situação de 2015 e continuará em recessão em 2016. No período, a produção nacional medida pelo PIB deverá registrar queda superior a 7%, a taxa de investimento continuará baixa (em torno de 18% do PIB), assim como a taxa de poupança nacional (cerca de 14% do PIB). Segundo os economistas, para ter um crescimento sustentado, o Brasil precisaria elevar os investimentos para um patamar de cerca de 25% do PIB.

"Um dos maiores problemas do país é o desequilíbrio das contas públicas, que deverão encerrar 2016 com déficit superior a R$ 96 bilhões", comentou Vasconcelos.

Construção

Com o cenário econômico ruim, o setor da construção civil perdeu o patamar histórico de mais de 3 milhões de trabalhadores com carteira assinada. Esse número recuou para 2,6 milhões, uma prova da desaceleração do setor. O quadro é comprovado também em sondagem feita entre os empresários da construção civil, realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Segundo os empresários, os principais problemas enfrentados hoje pelo setor são as taxas de juros, seguido por demanda interna insuficiente, inadimplência, elevada carga tributária e falta de capital de giro.

Os economistas afirmam que para 2016 o cenário continuará sendo de dificuldades. Pesquisa feita pelo Banco Central junto a analistas do mercado financeiro prevê mais inflação e menos crescimento. Para o setor da construção, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) espera queda de 5% no nível de atividade. ?Será o terceiro ano consecutivo de resultado negativo?, disse Vasconcelos.

Mudanças

De acordo com os palestrantes, para retomar os eixos o Brasil precisa dinamizar os investimentos; utilizar outro modelo para fugir da crise, diferente do adotado à luz do consumo; melhorar solidez fiscal e controle da inflação; promover reformas necessárias; investir em infraestrutura e aumentar a produtividade. Para a construção, Ieda e Daniel acreditam que um dos caminhos é a PPP (Parceria Público-Privada) e concessões.

"Os temas abordados no ENIC, na comissão Banco de Dados, expressam basicamente as condições fragilizadas que se apresenta a nossa economia. Diante deste cenário, entendo que estamos na pior crise que se tem notícia, em nosso pais. Com a mudança do governo ocorrida, haverá uma nova tendência de fluxo de capitais, aumentando o consumo e a produção, ocasionando a retomada de investimentos e a melhora da economia nos próximos 12 meses. Entendo que deveremos continuar nossos investimentos com cautela,  evidenciando um aumento continuo no trabalho, propiciando a diminuição da taxa de desemprego, aumentando o consumo, a produção e consequente aumento de recolhimento de  impostos, necessário para o momento atual ser superado e para que o nosso Brasil volte a crescer", avalia Ubiraitá Antonio Dresch, vice-presidente de Banco de Dados do Sinduscon-PR.

Fonte: CBIC

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