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PIB vai dobrar com investimento em infraestrutura, avalia palestrante do ENIC

publicado em 20/05/2016

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A ampliação dos investimentos em infraestrutura foi apresentada como um atalho para a retomada do crescimento econômico do país no painel "Ajuste fiscal, PAC e retomada do crescimento", da Comissão de Obras Públicas (COP), durante o 88º Encontro Nacional da Construção Civil (ENIC), em Foz do Iguaçu.

O presidente da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios, Cláudio Frischtack, calcula que se o investimento em infraestrutura dobrar,  o crescimento da economia poderá chegar a cerca de 4%, em vez do 1,5% estimado. "Estamos subinvestindo em infraestrutura. O investimento sobre o potencial na economia pode ser muito maior", acredita.

Estudo apresentado no debate mostra que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) sofreu sobreposição das ações em 61% das obras e apenas ¼ do PAC 1 e 36% do PAC 2 foram concluídos. ?O PAC aplicou efetivamente  R$ 2,6 trilhões, em 9 anos, 40% em financiamento habitacional. Foi importante, mas não trouxe solução?, admitiu o economista Gil Castelo Branco, da ONG Contas Abertas

Coordenador da COP, Carlos Eduardo Lima Jorge avaliou que o PAC foi importante para colocar a infraestrutura na agenda do país, mas os atrasos e a redução do nível das obras, nos últimos tempos, foram uma sinalização da perda de importância do setor para o governo. "Os anúncios periódicos do PAC foram sofrendo uma terrível maquiagem que nos impediram sobremaneira de entender a realidade", declarou. "Hoje a impressão que nós temos é que o PAC é o patinho feio, que não interessava mais".

O desinteresse do Poder Público também foi percebido pelo presidente do Sinduscon-PR (Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Paraná), José Eugênio Gizzi. "Acredito piamente que o governo anterior acreditava que a presidente [Dilma Rousseff] não cometeu nenhum crime de responsabilidade. E isso levou a situação que temos hoje", avaliou, citando as altas taxas de desemprego.

Governo Temer

Com a posse do presidente interino da República, Michel Temer, a perspectiva futura é positiva, mas o novo governo precisará adotar prioridades como: um programa fiscal com redução dos juros reais em bases sustentável; ampliação dos recursos disponiveis para investimentos públicos; aperfeiçoamento do papel das agências reguladoras; e fixação de um cronograma realista de obras de infraestrutura com a exigência prévia de projeto básico executivo. ?Há investidores interessados em bons projetos. Em 40% do PIB mundial, os juros reais são de 1% para baixo ou negativos. Se o país estiver funcionando, os investimentos virão para cá?, aposta Cláudio Frischtack.

"A inevitabilidade do ajuste fiscal é o que vai causar os arrepios, a adrenalina no país", acredita o presidente do Sinduscon-PR, José Eugênio Gizzi.

Para Gil Castelo Branco, a missão de Temer será destravar o investimento público dificultado por fatores como emaranhado de leis, legislação ambiental ultrapassada, burocracia e formalismo dos órgãos de controle, falta de planejamento, cultura da judicialização e a politização das obras. ?Você pode cortar para 10 ministérios, mas não resolve o problema fiscal do país. É importante racionalidade da máquina?, declarou.

"Avaliando a atual conjuntura do País, é nítido o desequilíbrio causado pelo governo na sociedade. As entidades vêm pontuando diversas ações que podem alavancar o desenvolvimento. O processo é longo. Precisamos agora trabalhar para criar uma base sólida que nos permita construirmos um país sustentável. Mudanças políticas governamentais podem ser árduas. Empresas e empresários tem a capacidade de reinventar soluções. Por outro lado devemos pressionar a classe política para que cumpra com o seu dever. Havendo um alinhamento entre o poder político, entidades e a sociedade, temos condições de caminhar para frente", completa o vice-presidente de Obras Públicas do Sinduscon-PR, Rodrigo J.Z. Assis.

Fonte: CBIC

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